Negociações recentes entre o governo britânico e a União Europeia determinaram período entre 2019 e 2020 como o de transição no processo de saída do Reino Unido (Brexit) junto à União Europeia. A definição pelo menos acalmou o mercado e o mundo político, mas deixou universidades britânicas em alerta: o que acontecerá com os estudantes internacionais? Por isso, elas agora pressionam seus políticos por mais clareza.
Foi isso que pediu o Universities UK, organização que congrega e representa universidades britânicas, em documento divulgado em março. Entre as preocupações mais latentes, a mais importante para estudantes internacionais é: haverá mudanças na relação das instituições com universidades estrangeiras?
O documento preparado pela UKK sugere que o governo use o momento para reforçar esse relacionamento e estabelecer novas parcerias, o que pode afetar inclusive brasileiros interessados em intercâmbio e graduação ou pós-graduação no Reino Unido. Cooperação acadêmica é um dos fatores que faz das universidades britânicas tão relevantes internacionalmente, e o Brexit pode significar um risco a esse status.
No mais, o documento foca, essencialmente, em cobranças relacionadas à situação dos estudantes britânicos e o restante dos países membros da União Europeia. Até o Brexit, interessados de qualquer país-membro poderia fazer universidade fora de seu país de origem pelos mesmos preços cobrados localmente – o preço para estudantes internacionais é sensivelmente maior.
No que pode ser considerado uma vitória, as negociações mais recentes determinaram que aqueles que se matricularam ou ainda ingressarem em universidades até o período de transição que se encerrará em 2020 terão esses direitos preservados. Ainda assim, a UKK cobra que o governo efetive logo o que ficou acertado, por meio de leis locais.
Não foram poucas as manifestações cobrando do governo medidas para preservar o setor da educação, que tem números extremamente revelantes no Reino Unido: universidades britânicas estão entre as mais bem avaliadas do mundo, movimentando £95 bilhões anualmente diretamente na economia local e produzindo 15,2% dos artigos acadêmicos mais citados do mundo, mesmo com apenas 0,9% da população mundial.
Ou seja: os britânicos não podem correr o risco de ver seu setor de educação minguar e se isolar do mundo, no que parece ser um desejo consagrado pela decisão de deixar a União Europeia. É preciso se manter conectado principalmente à União Europeia, mas também ao restante do mundo.
Para ler o relatório completo, clique aqui.
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