A decisão do governo irlandês de suspender a cobrança da taxa de água não caiu bem entre os políticos da União Europeia. A comissão do bloco econômico afirmou, em resposta a uma questão enviada pela própria Irlanda, que o país adotou o compromisso de estabelecer a cobrança pelo serviço, diante de um plano submetido pelo ministro do meio-ambiente, John Gormley, em 2010. E não há volta quanto a isso.
A implementação da taxa foi prometida pela Irlanda à União Europeia como parte de um plano para conter os efeitos da crise financeira de 2008 no país. O objetivo era garantir a qualidade do serviço, bem como a da água, e assim foi criada a Irish Water. A população instantaneamente adotou o boicote e foi às ruas protestar. A cobrança foi iniciada, mas com grandes problemas, incluindo o abastecimento das residências.
Assim, as eleições de 2015 foram amplamente dominadas pelo assunto. A questão foi tão sensível que quase levou a novas eleições, já que os partidos não conseguiam concordar em como proceder quanto à Irish Water. A decisão tomada em maio é a de que, a partir de junho, a cobrança seria suspensa até que a empresa fosse reorganizada. A discussão começou, mas agora a União Europeia faz pressão para que ela não suma definitivamente.