O blog tem mostrado, nas últimas semanas, as dificuldades que o governo irlandês tem enfrentado para lidar com a questão da cobrança por água, assunto polêmico e ainda sem resolução. Enquanto os partidos ainda tentam alivanhar um acordo para a formação do governo, impedindo a necessidade de novas eleições, o jornal Irish Independent publicou que aqueles que estão boicotando o pagamento pelo serviço de água não devem enfrentar problemas jurídicos, independentemente da decisão a ser alcançada.
Primeiro porque o Fianna Fail, segundo partido mais votado nas eleições de fevereiro e contrário à cobrança, vem pressionando o Fine Gael, partido mais votado e que promete manter a taxa de água, a não levar aos tribunais os consumidores que tenham adotado ao boicote. Teme-se que haja uma perseguição àqueles que não pagaram, e muito embora líderes do partido tenham afirmado que haverá insistência no recebimento dos valores, é muito improvável que isso aconteça.
O ponto principal aqui é que a lei irlandesa admite que contas não pagas possam ser descontadas de empréstimos e dos valores de seguro-social, porém em valores acima de €500. De acordo com o jornal, a média anual de gasto de uma família irlandesa é de €260, o que faz com que sejam necessários dois anos de boicote antes que qualquer medida possa ser tomada. A cobrança por água começou em 1 de janeiro de 2015.
Por outro lado, é improvável também que, caso a cobrança seja derrubada nas negociações do governo, aqueles que estão pagando a conta de água normalmente sejam reembolsados, de acordo com representantes do Fine Gael. Percebe-se que mesmo a população que concorda com o pagamento, esperando um serviço de qualidade, está desamparada, já que não sabe se o que foi feito até agora terminará sendo em vão, caso a tarifa seja derrubada.
Uma preocupação a menos para o intercambista. Vai levar ainda um bom tempo para uma definição ser alcançada.